cegos pela própria vontade

Vejo pessoas que aparentam estado de felicidade, bebendo em bares, falando sobre futebol ou das últimas cores da estação, pedindo incessantemente à seus santinhos, um golpe de sorte na Mega, escolhendo os lugares para o próximo carnaval ou mesmo as festas para o fim de semana e claro, alguns mendigos nas ruas, como de costume em toda grande cidade. Mas eles não são tão importantes não é ? Parecem invisíveis, ao meio de tanta pressa e compromissos.
Por muito tempo fiquei presa  a minha área de conforto e não me dei conta de tudo o que estava a acontecer em minha volta.  Acho que me acomodei. Abrir os olhos, indignar-se e mudar a realidade é muito desgastante, então preferi continuar fingindo que não era comigo.
Mas, algo mudou depois de ouvir falar e refletir sobre isso, ser cristão não é uma questão individual, é fazer parte do coletivo, cuidar para que ninguém se perca no caminho e ao mesmo tempo, conseguir ajudar aqueles que estão fora dessa integração, aproximando-os dos demais.
A cada dia que passa, vemos inúmeras barbaridades estampadas  nos jornais. Mesmo sem olhar muito além, é possível observar a situação trágica que o mundo está vivendo, vejamos em nosso próprio círculo de convivência: Quantas pessoas desempregadas, em depressão, ateus ou alcoólatras você conhece ? Não tem que ser assim, não pode ser assim.
Observando em minha volta, eu vejo muitos jovens que tinham um futuro lindo nas mãos, alguns criados dentro do seio cristão, outros que se quer tiveram a oportunidade de conhecer sobre a história de Cristo, e que hoje estão perdidos nas drogas, na prostituição, na vulgaridade e violência. O inimigo já está com as mãos tão encravadas neles, que parece não ter mais solução, que a única coisa a fazer é deixa-los como estão. Afinal, como já dizia o ditado quem nasce torto, morre torto. Não é ?
Não podemos deixar nosso coração esfriar dessa maneira, achando que somos superiores à alguém, como se não fossemos igualmente pecadores e mesmo assim, aceitos por Deus. Sei que não é tão simples, que é cansativo, que as vezes as pessoas relutam, se desviam do assunto, nos titulam com nomes nada agradáveis ou apenas ignoram. Mas apesar disso tudo, não devemos desistir. Se Deus, não desistiu do ser humano, por que nós próprios, não entendemos que valemos o esforço, que independente das nossas ações, o Senhor nos deu o direito de ouvir tua palavra? E se não temos essa sensibilidades para nos comover com o sofrimento alheio, perceber que é nosso dever contornar essa situação e fazer algo, é porque não estamos vivendo o verdadeiro avivamento.
Temos que nos incomodar com essa condição, sentir a dor do outro. E eu não atribuo com isso somente, os dependentes químicos ou moradores de rua, estou me referindo a todos aqueles que não estão numa comunhão com o Senhor. Pois mesmo que seja um bom cidadão, uma grande mãe, um exelente aluno, um trabalhador... se a pessoa não tem uma vida nos caminhos de Deus, tenha certeza, que ela está na pior das situações possíveis.





Texto inspirado na pregação do pastor Leonardo Capochin.